NÃO REPETIR ERROS DO PASSADO PARA REABRIR A ESTRADA DO COLONO

Passados mais de três décadas do fechamento da Estrada do Colono, o tema volta a ser discutido. Tudo começou com o “sinal verde” da possibilidade de reabertura pelo próprio presidente da República Jair Bolsonaro que interpreta que o homem deve conviver com a natureza para preservá-la. A este parecer do presidente, soma-se o Projeto de Lei nº 984/2019 tramitando da Câmara Federal de autoria do deputado Nelsi Coguetto Maria “o Vermelho” de Foz do Iguaçu e do resgate do Projeto de Lei nº 61/2013 pelo senador Álvaro Dias do Paraná defendendo a reabertura; manifestações  favoráveis do general Luna e Silva diretor Geral  da  Itaipu Binacional e do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, além da criação da frente Parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.

Essas forças estão acenando a possibilidade de reabertura, tanto é que neste final de semana foram realizados encontros e audiências públicas nos municípios diretamente interessados como Capanema. Serranópolis do Iguaçu e Medianeira para apoiarem essa nova tentativa de tornar realidade uma Estrada-Parque num percurso de 17 quilômetros, via esta histórica relatada ainda pelos exploradores espanhóis que séculos depois serviu para passagem dos colonizadores gaúchos e catarinenses para o Oeste do Paraná, para estados do Centro- Oeste do Brasil e países da América do Sul. Não há como negar essa história. É oportuno lembrar que existiu uma Campanha Nacional pró BR-163 na década 60, liderada pelo então prefeito de Medianeira José Della Pasqua para que o traçado passasse pela Estrada do Colono que já era via utilizada pelos colonizadores. Movimento este que acabou esmorecendo por falta de força política. Foi aí que Cascavel começou a lutar para que a BR-163 passasse por Cascavel que acabou acontecendo.

Todos os fatos históricos foram ignorados e não mais do que de repente a Estrada do Colono foi fechada em 1986 pela Justiça Federal por um anúncio público do então governador José Richa na inauguração da PR-495 às margens do PNI de que a via seria pavimentada. A declaração incitou o ambientalista iguaçuense Arnóbio da Silva que se juntou a outros tantos contrários a pavimentação. A pressão culminou com o fechamento d a estrada pela Polícia Federal. Esta ação revoltou a população em geral e lideranças que iniciaram mobilizações para reverter  decisão da justiça e até aconteceu reabertura ilegal que culminou com o fechamento definitivo em 2001 e destruição da balsa de travessia. A população ficou frustada, mas não enterrou o sonho de reabertura. E agora renasce a possibilidade de reabrir a estrada com conceito ecológico- turístico para possibilitar novamente a ligação entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Centro- Oeste do país e América do Sul.

Para que isso aconteça, um projeto com regras ambientais deve ser idealizado para que o Parque Nacional do Iguaçu não perca o título de Patrimônio da Humanidade conferido pela UNESCO, similar do Parque Nacional do Iguazu, do lado argentino que mantém o título mesmo cortado pela Estrada- Parque. Por isso que as diretrizes de reabertura devem ser definidas em sintonia com o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e ICMBIO (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade) para que todo esforço não seja em vão.

Outro ponto fundamental é fazer “lobby” na Câmara Federal e Senado para que os Projetos de Lei sejam aprovados o quanto antes. E mais, que não seja simplesmente o movimento de reabertura da Estrada do Colono uma bandeira política para conquista de votos e que todos os trâmites sigam a ordem, a lei, o bom senso, a união, sem enfrentamentos e sim resultado da equação de possíveis divergências para não repetir erros do passado. (Da Redação Jornalista Mirtis Maria Valério)

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