Instituições se unem para tirar do papel as principais demandas do Oeste do Paraná

As quatro principais bandeiras defendidas pelo Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) como essenciais para o crescimento sustentável da região foram ratificadas por cerca de 300 representantes de instituições públicas e privadas, durante o Fórum de Desenvolvimento Econômico do Território, nesta quarta-feira (11), no Centro Popular Cultural Arandurá, em Medianeira (PR).

O evento promoveu o debate e a deliberação das diretrizes estratégicas do POD – constituído por instituições presentes no Oeste do Paraná e com interesse no desenvolvimento do território. A Itaipu Binacional é uma delas. O assistente da Diretoria de Coordenação da empresa, Nereu Procopiak, representou a entidade no encontro.

A ampliação da malha ferroviária na região, a construção do aeroporto regional, a conquista do status de estado livre de aftosa e sem vacinação e a melhoria da qualidade da energia que chega à zona rural são as reivindicações que uniram os participantes do fórum.

Além de vereadores, prefeitos e presidentes das cooperativas dos 54 municípios da região, também compareceram o deputado federal Dilceu Sperafico; o deputado estadual José Carlos Schiavinato; o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara; o secretário estadual de Meio Ambiente, Antonio Benetti; e o gerente-regional do Sebrae, Orestes Hotz.

Próximo passo
Com o aval dos participantes do fórum, o plano de ação com o passo a passo para a efetivação de cada uma das quatro demandas será encaminhado aos governos estadual e federal. “Tanto os presidentes das cooperativas, como os prefeitos e deputados entenderam que o Oeste do Paraná só continuará crescendo se esses gargalos forem eliminados”, disse o presidente do POD, Danilo Vendruscolo.

O resultado do encontro, segundo ele, demonstra que o POD, em pouco mais de três anos, se consolidou como uma das ferramentas de planejamento e construção do futuro do Oeste do Paraná. “E o fórum é um momento de prestação de contas, de mostrarmos que estamos unidos, defendendo a região.”

Infraestrutura e sanidade

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, reforçou a necessidade de inverter os modais utilizados no Oeste para escoar a produção. “Hoje, apenas 10% da safra chega ao Porto de Paranaguá de trem. O restante vai pela rodovia. Um transporte caro”, disse. De acordo com Grolli, atualmente, “se os modais fossem invertidos, cerca de R$ 330 milhões seriam economizados por ano com transporte. Com isso, os produtos seriam mais competitivos”.

Em relação à sanidade animal, os prefeitos, vereadores e deputados se comprometeram a ativar os conselhos de sanidade nos municípios do Oeste. Esses conselhos farão um controle sanitário mais rigoroso do rebanho. Segundo o vice-presidente do POD, Elias Zydek, no exterior, o que vende é sanidade. Alguns países compram a carne do Oeste, por exemplo, porque não tem aftosa. Já outros têm receio, pois a carne só não tem aftosa porque recebe vacina. “Precisamos estar livres de aftosa, mas sem vacinação. Esse status nos colocará em outro patamar”, defende Zydek.

Benetti reforçou a legitimidade das demandas levantadas pelo POD. “Queremos estar cada vez mais presentes. Contribuindo para que esses problemas sejam eliminados.”

As autoridades se comprometeram também a levar as demandas à Assembleia Legislativa.

Autorizado
Um dos momentos mais esperados do Fórum foi a entrega ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) do estudo elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre como utilizar os equipamentos disponíveis no mercado para tratar as carcaças. A preocupação existe porque a legislação brasileira proíbe a retirada de animais mortos das fazendas. A produção média de uma propriedade do Oeste é de mil animais a cada 120 dias. Deste total, 30 morrem.

Com o documento, o IAP passa a autorizar o uso de equipamentos como roto acelerador, triturador e incinerador, considerados fundamentais para agilizar o processo e desenvolver a cadeia da proteína animal. Até agora, todo o trabalho era feito manualmente.

“Nós não certificamos equipamentos, mas o processo de tratamento das carcaças. Esse estudo nos mostrou ser possível e correto o uso desses aparelhos, por isso, a partir de agora, estão autorizados”, afirmou a bióloga Maria Glória Genari Pozzobon, chefe-regional do IAP em Toledo.

Novas adesões
Durante o evento, foi assinado o protocolo de intenções para a construção do Plano Integrado de Assistência Técnica e Sanidade Agropecuária do Oeste do Paraná (ATER & OESTE), cujo objetivo é melhorar a assistência técnica na região. Ocorreu também a adesão da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Oeste do Paraná (Fetaep) ao Programa, bem como o lançamento do Prêmio Inova-Oeste, que busca incentivar a inovação no território.

POD
Lançado em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma iniciativa que reúne mais de 60 instituições públicas e privadas. Além da Itaipu Binacional, também o integram o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a Amop, a Emater e a Fiep, além de cooperativas e instituições de ensino superior.

O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico sustentável dos 54 municípios do Oeste do Paraná por meio de ações integradas e com foco nas potencialidades regionais.

Toda a ação tem como base as sete cadeias produtivas do território, também chamadas de exportadoras, pois recebem recursos e investimentos de outras regiões brasileiras e até do exterior. São elas: frango, leite, suíno, pescado, grãos, indústria metal-mecânica e turismo.

Um dos momentos mais esperados do Fórum foi a entrega do estudo elaborado pela Embrapa sobre como utilizar os equipamentos disponíveis no mercado para tratar as carcaças.

Dilvo Grolli defendeu a inversão dos modais utilizados para escoar a produção no Oeste.

Cerca de 300 pessoas participaram do evento.

Assessoria/Itaipu

 

 

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