ALAGOAS BERÇO DO PROCLAMADOR DA REPÚBLICA

Rever Alagoas depois de mais de quatro décadas foi uma grande emoção. Participamos do Projeto Rondon ainda quando cursávamos Letras em Lajeado (RS) e lá deixamos com um grupo de universitários nossas pegadas em projetos de várias áreas, precisamente em Viçosa (terra de Teotônio Vilela Brandão) distante 93 quilômetros de Maceió. Tínhamos que, em tempo, rever este pedaço do Brasil e lá fomos nós em viagem turística, mas com foco histórico-cultural.

Neste site postaremos, aos poucos, alguns recortes desta terra que tem como base de desenvolvimento o turismo, artesanato, mariscos, cana-de-açúcar, coco- da- baia e agropecuária. Não tem como não se encantar com este lugar, de um lado o leque de praias espetaculares e do outro o Rio São Francisco. Terra do escritor Graciliano Ramos, ator Paulo Gracindo, filólogo Aurélio Buarque de Holanda, jogadora Marta, cantor Djavan, cineasta Cacá Diegues, do inesquecível Zagalo, de políticos como Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto que foram os dois primeiros presidentes do Brasil e na atualidade Fernando Collor ( ex-presidente hoje senador) e Renan Calheiros senador- seu filho Renan Calheiros Filho é o atual governador e foi reeleito. E mais, são dez os jogadores que desfraldam a bandeira do estado de Alagoas no exterior, dentre eles Pepe que jogou no  Real Madrid e hoje no Besiktas de Instambul. No entanto, o mais famoso continua sendo Marechal Deodoro da Fonseca que proclamou a REPÚBLICA em 15 de novembro de 1889, que completa 129 anos neste 2018. Como estamos próximos a data comemorativa, nosso foco é esta personalidade: um breve currículo e em especial a casa que ele nasceu- hoje museu.

Busto histórico que estava no Museu Nacional do Rio tirado em tempo antes de ser destruído pelo incêndio

VIDA- Manuel Deodoro da Fonseca foi militar e político, proclamador da república e primeiro presidente do Brasil, filho de Manuel Mendes da Fonseca e Rosa Paulina da Fonseca. Ele tinha duas irmãs e sete irmãos-três dos quais morreram na Guerra do Paraguai. Deodoro foi também presidente da província de Mato Grosso, por indicação do imperador Dom Pedro II; comandante de armas das províncias da Bahia e Pará. Passou por muitos problemas no seu mandato presidencial, enfrentou severa instabilidade política e econômica.

 Em 1843 aos dezesseis anos Deodoro matriculou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, terminando em 1847 o curso de artilharia. Em1948 participou de sua primeira ação militar, ajudando na repressão da Revolução Praiera- insurreição promovida pelos liberais de Pernambuco. Durante o período imperial participou de outros conflitos como a brigada expedicionária do Rio da Prata, o cerco de Montevidéu e a Guerra do Paraguai onde teve grande influência e comandou um movimento para derrubar Dom Pedro II do poder. Foi também comandante de armas da província do Rio Grande do Sul. Mas seu maior feito foi implantar o regime republicano sólido.

Casou-se aos 33 anos, no dia 16 de abril de 1860, com Mariana Cecília de Sousa Meireles considerada pelos biógrafos mulher educada, modesta e prendada. O casal não teve filhos. Boatos da época diziam que Deodoro era estéril. Seu sobrinho Hermes da Fonseca, que também chegou à presidência da República, era tratado por Deodoro como um filho. Deodoro faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve honras militares. O marechal que proclamou República do Brasil, cujo fato histórico é hoje feriado nacional, era acometido de forte crise de dispinéia-  conhecida como “dificuldade de respiração” ou “falta de ar” o que o impedia de dormir. Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos mortais exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro em 1937. Deodoro já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, na minissérie “República” (1989). Também teve sua efígie impressa nas notas de CR$ 20 (vinte cruzeiros) de 1950, nas notas de CR$ 50 (cinquenta cruzeiros) de 1881 e cunhado no verso das moedas de 25 centavos em circulação atualmente no Brasil.

CIDADE MARECHAL DEODORO- Marechal Deodoro possui grande valor histórico, principalmente por ter sido a primeira capital do Estado e berço do proclamador da República, que deu nome ao município. Tombada pelo Patrimônio Histórico, tem valor arquitetônico riquíssimo: museus, igrejas que formam uma espécie de “polígano sacro”- em destaque  o Complexo Franciscano Santa Maria de Madalena e o Palácio Provincial. O município é banhado pelas lagoas Mundaú e Manguaba e tem como atrativos naturais a Ilha de Santa Rita -a maior ilha lacustre do Brasil e áreas de preservação ambiental. Para complementar o espetáculo natural, a conhecida Praia do Francês- uma das mais belas do país. Fundada em 1611 e seria para proteger o pau-brasil do contrabando e da ação dos piratas- hoje atração turística internacional.

Monumento de Deodoro da Fonseca na cidade que leva seu nome carrega a simbologia que libertou seu povo da monarquia. Soldado de várias batalhas, sempre lutou por sua pátria – existem outras tantas espalhadas pelo país

CASA MUSEU ONDE MARECHAL DEODORO NASCEU

Prédio segue estilo das residências do período colonial, com beiral de telha em biqueira, acabamento de telha dupla com revestimento de massa. Tem quatro janelas e uma porta central. Foi restaurada em 1983 pela Prefeitura Municipal. Hoje abriga o Museu de Deodoro da Fonseca- símbolo maior do município. Lá se encontra objetos pessoais, condecorações, documentos do proclamador da república, como também mobílias originais da época. Museu situado em Vila Madalena – atual cidade Marechal Deodoro.

Condecorações e medalhas Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, Ordem Imperial de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ordem de Avis entre outras distinções

Sabre com baínha e faixa militar que proclamou a República no Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1889

Praia do Francês em Marechal Deodoro destaque turístico internacional

# Da Redação Mirtis/Pesquisa

 

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