Minha viagem ao Rio Grande do Sul

Após longos sete anos de espera e algumas faltas de oportunidades de datas em que eu pudesse estar de folga e acompanhar a família, finalmente retornei ao Rio Grande do Sul no mês de fevereiro.

Eu, meus pais João Hermes e Marilena Gromowski e irmã Alessandra Elisa viajamos ao interior de Cotiporã, na Linha 14 de Julho, às margens do Rio das Antas; na Serra Gaúcha, próximo ao município de Bento Gonçalves. Para chegar lá, a viagem foi longa: andamos 742 quilômetros em cerca de 12 horas. Por cerca de 20 km contornamos o rio acima citado, o que acabávamos visualizando paisagens vislumbrantes. Ao atravessarmos a ponte baixa para irmos à Comunidade, notamos que a vazão está muito baixa devido à estiagem que atinge a região Sul há três anos.

Na entrada da estrada, pórtico polonês construído pela Administração Municipal do então prefeito José Carlos Beda. Chegamos fazendo festa e fomos bem recebidos pelos parentes. Pela primeira vez conheci os familiares do meu pai: Tio Davi com a esposa Lurdes, Primo Clóvis com a esposa Aline Menoncin e os filhos Andreia e Alberto; onde produzem uva, vinho, suco e queijo. Um verdadeiro paraíso próximo ao Rio das Antas, no meio da serra gaúcha, que podemos ver da janela da casa bem simples.

Dois quilômetros para frente, conhecemos a Capela da Comunidade São Casemiro. Chamou-nos a atenção pela curiosidade histórica: muitos de nossos antepassados Gromowski estão enterrados ali e, em alguns casos, a grafia do sobrenome estava escrita de forma diferente (Gromovski ou Gromoschi). Também havia pessoas com sobrenomes conhecidos em Medianeira (Biesek e Belitzki).

Em Cotiporã, conhecemos a Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em que o tio do meu pai casou. Conta-se a história que, após a celebração religiosa, o novo casal foi confraternizar na frente da igreja, num boteco onde hoje é o Alternativo Music Bar. No mesmo dia, passamos pelo cemitério municipal e encontramos diversos túmulos com sobrenomes conhecidos em Medianeira: Della Pasqua, Kruger, Dall’Oglio, Darolt, De Bona, Biesek, Belitzki, Betzek, Paludo, Zardo etc. Próximo de Veranópolis, também visitamos o Camping Balneário Retiro.

No dia seguinte, passamos por Bento Gonçalves. Conhecemos a Maria Fumaça, passamos pela Villa Tuiuty Pousada de Charme, um passeio pelo interior do município e também uma parada na Vinhos Salton.

O tempo passou rápido, mas a visita valeu a pena para passarmos alguns dias fora de casa.

CURIOSIDADES Cotiporã é conhecida como “A Joia da Serra Gaúcha“, devido à beleza de suas joias fabricadas pelos comerciantes locais. É também conhecida como a cidade dos esportes radicais, sendo um dos mais difundidos o rafting, no rio Carreiro.

Nos fundos da Paróquia, existe um hotel chamado Monte Vêneto. O nome é alusivo às primeiras famílias de imigrantes italianos que desbravaram a região em 1887, formando-se o núcleo urbano que recebeu o nome de Monte Vêneto, em homenagem à região do Vêneto, de onde eram procedentes.

Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o então presidente Getúlio Vargas publicou um Decreto proibindo que os brasileiros utilizassem nomes alusivos à cultura italiana ou alemã. Com isso, mudaram o nome para Cotiporã, que de origem tupi-guarani significa “região bonita” (“coti”, canto, lado, aposento e de “porã”, bonito). E o nome realmente justifica a realidade…

Mesmo com a mudança no nome do município, diversos lugares em Cotiporã ainda fazem referência a Vêneto: Vêneto Barbearia, Restaurante Cantina di Vêneto, Cabana Vêneto, Perau Monte Vêneto.

Próximo ao Cemitério Municipal, há uma rua com nome de um dos pioneiros de Medianeira: José Della Pasqua.

A menos de um quilômetro da propriedade da Família Gromowski, está instalada a Usina 14 de Julho, operada pela Companhia Energética Rio das Antas (CERAN), que começou a operar no 31 de outubro de 2008. A área alagada de 6 km² fez parte da propriedade e, com isso, os responsáveis pela Usina fizeram um acerto. E dentro desse pacote, também construíram a Igreja de São Casemiro, o centro paroquial e salão de festas, localizado cerca de dois quilômetros da onde eles moram.

Pórtico polonês na entrada da Linha 14 de Julho

Encontro com os familiares do meu pai: primo Clóvis e tio Davi

Parte da visão que tínhamos da onde estávamos. Ao fundo, a Usina 14 de Julho

Capela São Casemiro construída pela Usina. Ao lado também há o cemitério com alguns dos antepassados da Família Gromowski

Igreja Paróquia Nossa Senhora da Saúde em Cotiporã, onde o tio Davi casou-se com a Lurdes

Numa rua próxima ao cemitério, a grata surpresa ao ver o nome José Della Pasqua; pai do saudoso ex-prefeito de Medianeira José Della Pasqua

(TEXTO E FOTOS: TANNER RAFAEL GROMOWSKI)

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