FAMÍLIAS INDÍGENAS CAINGANGUES EM MEDIANEIRA

Quem passa pela Avenida José Callegari, confluência com a Avenida João XXIII, às margens do Rio Alegria, se depara com uma barraca de lona de índios Caincangues. Complementa o cenário roupas estendidas, peças de artesanato iniciadas. Sinceramente, desperta curiosidade porque a localização é estratégica, próximo do Paço Municipal do poder executivo e da sede da Acime. Lá vivem 10 pessoas, entre casais e crianças que sobrevivem com a arte milenar do artesanato e doações. Tivemos contato, as únicas informações que obtivemos é que vieram de Laranjeiras do Sul com mais famílias indígenas que estão espalhadas pela cidade- essa é uma forma de viver por um tempo, depois retornam as origens. (fotografamos só o local e não os identificamos, respeitando pedido deles).

Como se sabe os Caingangues ocupavam vastas regiões do Paraná, Santa Catarina, a região sul-sudoeste paulista e o planalto rio-grandense. Nessas áreas moravam muito tempo antes do descobrimento do Brasil. Estima-se hoje uma população de 35.000 habitantes vivendo em 32 Glebas. Registra a história que alguns grupos Caincangues teriam sido catequisados/orientados por missões jesuítas nas primeiras décadas do século XVII, mas não por muito tempo. No final do século XVIII, foram atingidos por frentes de exploração e foram expulsos de suas terras. No século XX houve a demarcação, mas as terras continuaram ser cobiçadas, invadidas e griladas por imigrantes e seus descendentes.

Hoje os Caincangues de Laranjeiras do Sul vivem às margens da BR-277 em uma área de 7.344 hectares, o restante passou a pertencer a fazendeiros e pequenos agricultores. Essa demarcação que aconteceu em 2007 desagradou a muitos produtores e muitas ações contrárias à demarcação foram impetradas na justiça, o que dá insegurança aos indígenas. Não se sabe o que poderá acontecer. O que se observa é que faltam políticas públicas para integrar os índios à sociedade. Para sobreviver, se deslocam de lugar para outro, como nômades, vivendo do artesanato, como acontece com os que estão em Medianeira. (Da Redação Mirtis/Pesquisa) 

Na barraca de lona moram temporariamente 10 índios, quatro adultos e seis crianças. No detalhe a arte do artesanato

Índios em local estratégico da cidade, próximo do Paço Municipal e sede da Acime, na confluência da Av. João XXIII com a Av. José Callegari

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