Foz do Iguaçu deve ganhar Política de Educação Ambiental em 2019

Informações coletadas através de entrevistas, questionário e oficinas vão embasar o documento

Dez meses se passaram desde o início da pesquisa socioambiental para a construção participativa da Política Municipal de Educação Ambiental (PMEA) em Foz do Iguaçu. O processo foi encerrado na em 04 de dezembro passada, realizando-se a sexta oficina de cartografia social para representantes da região do rio Jupira, como parte da terceira etapa do método aplicado a fim de coletar os dados necessários.

Conduzido pelo Coletivo Educador Municipal de Foz do Iguaçu (CEMFI), o estudo agora vai registrar o itinerário deste percurso em um livro que servirá de diretriz às vindouras práticas educativas ambientais, baseando-se nas necessidades dos moradores. A decisão de elaborar e propor uma política de EA, de acordo com Rosani Borba, gestora do grupo e professora do Centro de Educação Ambiental do Iguaçu (CEAI), trouxe a necessidade de efetuar uma pesquisa específica, destinada a compreender a realidade socioambiental presente nas 36 microbacias hidrográficas identificadas no território.

“Tivemos a  intenção de conhecer os sentimentos dos moradores de cada microbacia sobre o seu espaço, contribuindo para diagnosticar seu senso de pertencimento ou não ao lugar, sua identificação com ele, e seu entendimento das relações que se dão nele. Estes elementos, juntamente com os problemas, os conflitos e as soluções, constituem a percepção ambiental do sujeito,” descreve Borba.

Segundo Ana Cristina Ferreira, professora colaboradora do Observatório Educador Ambiental Moema Viezzer, “o caminho trilhado foi, antes de tudo, um processo educativo com trocas de saberes e de experiências. Mostrou-se que o Coletivo Educador entende a Educação Ambiental como um processo participante criativo, vivo, tecido a várias mãos. Tudo isso permitiu um rico encontro entre estudantes, professores e comunidades”.

Voltada à construção da PMEA, esta experiência contou com três etapas: entrevistas semiestruturadas, questionário on-line e oficinas de cartografia social. Liderado pelo CEAI e pelo Observatório Educador Ambiental, o estudo envolveu comissões e grupos de trabalho formados de acordo com o perfil de cada instituição componente do CEMFI.

PRIMEIRA FASE Na primeira etapa, foram realizadas 72 entrevistas semiestruturadas, sendo entrevistadas duas pessoas – um homem e uma mulher – por microbacia. A equipe para esta pesquisa de campo foi organizada na disciplina optativa de Meio Ambiente e Relações Internacionais, ofertada no curso de Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Um total de 24 universitários se inscreveram para atuar no projeto em parceria com a Bioadapt, que presta consultoria na área ambiental.

Para ir a campo, os estudantes receberam uma formação ministrada pelas professoras Luciana Mello Ribeiro e Suellen Oliveira. Eles foram distribuídos em 15 duplas, cabendo duas microbacias para cada uma. Isto é, cada equipe entrevistou quatro pessoas. Os relatos coletados pelos alunos, conforme Ribeiro, “foram os mais variados, enfatizando a importância de conhecer na prática a realidade de Foz do Iguaçu expressa pelos moradores”.

SEGUNDA FASE Buscando alcançar todo o município, a segunda etapa da pesquisa socioambiental consistiu em um questionário on-line, que ainda está disponível no endereço https://goo.gl/forms/A9pASjGxcwwtAl7p1. A meta do grupo é obter 400 respostas.

TERCEIRA FASE Foi por meio da cartografia social que o Coletivo Educador desenvolveu a terceira etapa do estudo, propondo-se, conforme Ana Cristina Ferreira, a conhecer o lugar de forma ampla e de pensar sobre o conteúdo do município. “Identificando elementos materiais e simbólicos, é possível trazer à tona valores, fronteiras, limites, conflitos, espaços sagrados e práticas culturais que, em conjunto, expressam o uso e a apropriação do território,” explica Ferreira.

Esta etapa se subdividiu em duas: a expedição Olhares sobre Foz do Iguaçu e as oficinas de construção de mapas situacionais das oito bacias hidrográficas do território, que compreendem os rios: Mathias Almada, Tamanduá, Carimã, M’Boicy, Pé Feio, Ouro Verde, Monjolo e Jupira. Destinada a conhecer e convidar moradores do entorno dessas regiões para as oficinas de cartografia social, que reuniram 77 pessoas, a expedição se propôs a conversar com moradores do entorno e a fotografar os rios, bem como identificar problemas e boas práticas. (Assessoria)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *